terça-feira, 1 de novembro de 2011

# Día de los muertos

criança mexicana

Hoje o México está em festa. Os mexicanos acreditam que essa é uma maneira dos vivos se relacionarem com os mortos. A perspectiva é de origem e destino, lugar de descanso e de reencontros. Dessa forma, os mexicanos acabam aprendendo em vida a conviver e sobreviver ao medo da morte. A aceitar o caráter transitório e perecível da nossa existência e entender que esse corpo – matéria – é o veículo de transmutação.

Na celebração, com muitas guloseimas, tequila (al centro, a dentro), muita música e comidas típicas. São acesas velas e incensos, enfeitam com flores e jogam papel picado por toda parte. Os cemitérios também fazem parte da celebração, onde juntam-se parentes, amigos, vendedores ambulantes, músicos, artistas teatrais, os túmulos enfeitados. As pessoas por sua vez, vestem-se com suas melhores roupas, para receberem seus mortos e surgem diversas representações de La Catrina.
Cria-se  uma visão otimista da morte, bem distante desta coisa que vivemos no mundinho Ocidental.

catrina

Nos ensinamentos tibetanos, a morte é mais um momento no qual devemos praticar a atenção plena. Lembrar-se da inevitabilidade de nossa morte, encarar o fato inescapável da nossa própria mortalidade e da impermanência de todas as coisas, pode ser a mais liberadora das meditações, porque apresentar a realidade das coisas como realmente são, ajuda a desalojar o egoísmo grosseiro, o apego e a miopia - colocando nossas vidas na perspectiva correta.

A morte é um espelho, que reflete e ilumina tanto a vaidade quanto o sentido de nossas vidas. A morte é o momento da verdade, quando nos encontramos com a realidade face a face. Para todos nós, é também um momento de oportunidade, quando podemos atingir nossa natureza original. A morte é mais certa do que o amor, e com certeza aguarda a todos nós na doença ou na velhice. A sabedoria perene nos diz que deveríamos nos preparar para o nosso fim, o que nos tornará melhor preparados para viver - ou morrer - de forma iluminada.

E eu, fico me perguntando, por que carajo não nasci mexicana!